quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

NÃO É NOVELA: Person of Interest

Depois dos atentados terroristas de 2001, o governo americano criou uma máquina para prever atentados futuros desta magnitude. Com esta premissa, nasce Person of Interest, série que mostra o criador desta máquina, Sr. Finch. um homem preocupado em evitar os acontecimentos trágicos que envolvam casos considerados irrelevantes para a máquina, ou seja, crimes que estejam relacionados a pessoas comuns e que não representam perigo para multidões.
Para tentar salvar algumas destas pessoas, ele conta com a ajuda de John Reese, um ex agente da CIA que estava desaparecido a vários anos. John aceita a proposta e fica intrigado com o jeito como Finch consegue as identidades das pessoas que correm perigo.
A história da máquina e o modo como Finch consegue as informações vão sendo apresentadas lentamente ao longo dos episódios. Cada capítulo apresenta uma história fechada com princípio, meio e fim. Histórias bem amarradas com desenvolvimento empolgante e as tradicionais reviravoltas que as séries do gênero investigativo costumam apresentar. Alguns personagens vão reaparecendo no meio do caminho e se você comprar a existência deste universo paranoico de "estamos sendo vigiados" que a série propõe, certamente se deixará envolver pela série. Apesar do "exagero" é uma série atual que utiliza como ponto de partida um momento nebuloso da nossa atualidade e não deixa de apresentar críticas ao sistema. Afinal, corrupção e impunidade existem em qualquer lugar do mundo.
A série é exibida pela CBS, nos Estados Unidos e está em sua segunda temporada. No Brasil, a exibição é no Warner Channel. A produção executiva é de J. J. Abrams, o mesmo de Lost.

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

IMPRESSÕES: La Patrona

La Patrona é uma empreitada da produtora mexicana Argos para a rede hispânica Telemundo, dos Estados Unidos. Começou na semana passada. É a novela de estreia de Aracely Arambula na emissora. Ela é conhecida no Brasil por ser uma das protagonistas de Abraça-me Muito Forte.
De cara, temos uma novela que é apresentada de forma direta, sem termos tempo de respirar já vemos uma mocinha nobre e de bons sentimentos, Gabriela, que sofre preconceito no povoado de San Pedro del Oro. Ela é mãe solteira, foi abandonada pelo pai de seu filho quando ficou grávida. Trabalha numa mina de ouro e por ser a única mulher neste tipo de trabalho sofre com o assédio dos homens.
Também somos apresentados a Antônia, uma mulher sem escrúpulos que é capaz de tudo para tornar-se a "patroa" da cidade. Vemos seu marido, Marcelo, morrer implorando para que ela lhe entregue os remédios que regulam seu coração. Com esta morte, ela assume todos os negócios do finado marido e trabalha para que seu primogênito, Alejandro, seja seu aliado na mina de ouro.
Os destinos de Gabriela e Alejandro vão se cruzar quando numa visita à mina, os dois ficam presos num desmoronamento. Neste momento finaliza o primeiro capítulo. A partir daí, sabe-se que a paixão entre os dois vai nascer. Ela vai descobrir que nem todos os homens são como o pai de seu filho. Alejandro vai enfrentar o preconceito de sua mãe com este amor e descobrir o caráter duvidoso dela. Por outro lado, Tomás, pai de Gabriela vai descobrir um veio de ouro numa mina abandonada. De posse de um documento que poderá garantir-lhe esta propriedade este momento vai dar um grande giro na história e Antônia terá seu poder na cidade ameaçado por uma rival que não será fácil de destruir: La Patrona, Gabriela.
Uma produção caprichada com um roteiro tradicional que nos apresenta aos personagens ao mesmo instante que a história se desenrola. Os ambientes exteriores são muito bonitos e aproveitados timidamente pela direção em cenas importantes. A cenografia e iluminação estão acima da média que estamos acostumados a ver nas produções do gênero.
É nítido que a rede Telemundo está investindo pesado em novelas de olho num mercado que até pouco tempo atrás tinha a Televisa como principal distribuidora de novelas de língua espanhola. Hoje, o mercado possui mais atrações do gênero e mais empresas brigando por espaços.
Como curiosidade, La Patrona é remake de uma novela venezuelana chamada La Dueña que não tem nada a ver com a trama mexicana de mesmo nome que o SBT produziu uma versão sob o título de Amor e Ódio. Uma ideia original de José Ignacio Cabrujas, um autor de novelas que uma importância para a televisão venezuelana equivalente a de uma Janete Clair para a televisão do nosso país.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

FILMAÇO: Intocáveis

Pelo nome, recordo do filme de gângsters (Os Intocáveis), clássico longa de 1987 que retrata a luta da polícia para enquadrar Al Capone, o mafioso que não deixava rastros capazes de colocá-lo atrás das grades, ainda que todos soubessem de seus crimes e atrocidades.
Pela resenha, imaginei um filme com a pegada de Conduzindo Miss Daisy, onde a convivência traria uma amizade forte que duraria por toda a vida. Fiquei com preguiça de ver o filme.
Venci a preguiça, assisti e me surpreendi. Um bele filme françês com uma história de amizade que é cômica sem cair no ridículo e dramática sem utilizar o óbvio.
É a história de Philippe, um homem tetraplégico que entrevista candidatos à vaga de cuidador. Entre os candidatos está  Driss, um ex-detento, que está lá apenas para cumprir exigências de sua condicional. Ele, sem a mínima vontade de trabalhar, acaba contratado. Philippe desafia Driss a trabalhar para ele durante trinta dias. Deste desafio nasce uma amizade que surpreende o espectador a cada cena.
Intocáveis é um filme que te faz rir, chorar e refletir sobre o nosso egoísmo, pois muitas vezes reclamamos de tantas coisas em nossas vidas e o mundo está cheio de pessoas que possuem muito mais limitações do que nós, pessoas privadas de pequenos prazeres que a vida pode oferecer e que de tão comuns experimentamos todos os dias sem nos darmos conta.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

NOVELHA: Chispita

Uma novela simples, com poucos personagens e tudo muito definido. Como os críticos dizem, esse é o padrão da novela básica, pricipalmente a mexicana.
Chispita é a história de uma garota que está sempre distribuindo alegria. Ela vive num orfanato desde que foi separada de sua mãe num acidente. Adotada por Alexandre, que vê na garota a chance de dar uma companhia da mesma idade para sua filha, Lili. Acontece que a garota faz da vida de Chispita um inferno. Mas ao lado dos empregados da casa e dos amigos do orfanato, Chispita vai levando a vida sem imaginar que sua mãe está mais perto do que ela imagina.
Chispita foi um grande sucesso da emissora mexicana Televisa. A novela que deu fama mundial para a garota que já fazia sucesso em seu país, Lucero. Com este papel, Lucero foi alçada ao título de estrela da televisão mexicana e todas as novelas que protagonizou a partir daí foram acompanhadas pela maioria de seus fãs em todo o mundo.
Lembro desta novela passar quando tinha de cinco para seis anos de idade. Foi a primeira novela que acompanhei sem querer perder nenhum capítulo. Escrevo sobre ela movido pela recordação, ainda que não tão boa, mas também, para marcar minha opinião de que boas novelas podem ser produzidas em qualquer país. Nossas novelas são boas, tem produção cara e grandes atores, mas em outros países também temos novelas que marcaram época, que são igualmente boas e de boa produção, dentro das limitações de cada lugar.
Dado curioso é que a novela, uma produção de 1982, tem uma abertura onde é montado um quebra-cabeça que deixa vazia a figura da mãe de Chispita, que ela tanto anseia reencontrar. Uma cópia quadro a quadro da abertura de Pai Herói, da Globo, de 1979, onde a figura vazia era a do pai que Tony Ramos tanto deseja conhecer.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

NÃO É NOVELA: Hunted

Uma produção inglesa, da BBC em parceria com o canal Cinemax. Série de oito episódios que conta a história de Sam Hunter, uma espiã que sobrevive a uma tentativa de assassinato e fica desaparecida durante um ano. Seu retorno ao trabalho intriga o chefe  e os colegas. Todos querem saber o que ocorreu durante sua ausência. Sam tem certeza que a ordem para matá-la partiu de dentro da sua própria equipe. Ela precisa seguir com seu trabalho sem ter a chance de confiar em ninguém. Pois, esta é a sua única garantia de sobrevivência.
História com ponto de partida bem claro e uma trama que vai se coplicando a cada episódio. Uma série viciante que sempre deixa a vontade de acompanhar o próximo capítulo rumo ao desfecho que parece imprevisível. Afinal, o futuro de Sam parece estar ligado a algo obscuro que envolve sua primeira missão depois do atentado. Algo tão misterioso que pode obrigá-la a despertar fantasmas escondidos de seu passado.
Ação e diálogos na medida. Se você deixar de prestar atenção em alguma cena pode perder detalhes importantes. Não sei que canal tem intenção de passar a série no Brasil ou se ela já foi exibida, mas quando passar, vale a pena assistir.

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

IMPRESSÕES: Doida por Ti

Uma novela portuguesa, com uma trama manjada, mas de produção honesta e elenco simpático. Assim pode ser definida a novela que a TVI estreou no final de outubro do ano passado. A trama entrou no ar com a missão de alavancar a audiência dos fins de tarde do canal que estavam em baixa com sua antecessora, Morangos com Açúcar (uma espécie de Malhação local).
É a história de um amor platônico. Olívia gosta de Miguel. Ele é o homem sos seus sonhos, mas na verdade ele possui um caráter duvidoso e comportamento egoísta. Envolvido em negócios suspeitos, sua vida está ameaçada e é justamente Olívia que impede sua morte.
Como consequência do atentado, Miguel fica em coma. No hospital, Olívia se apresenta como sua noiva para a família do rapaz. Todos acreditam e ficam surpresos com a notícia. Neste ponto termina o primeiro capítulo.
A partir daí teremos uma série de desencontros amorosos, pois David, irmão de Miguel, vai se apaixonar por Olívia. Mas, Miguel vai despertar do coma e dar continuidade à farsa, fingindo um namoro com Olívia. Este namoro mexe com o ciúme de Bianca, noiva de David, que tem um caso com Miguel e quer se livrar de Olívia.
Uma novela suave, com muitos núcleos cômicos. Li que não é lá um sucesso, mas consegue manter níveis razoáveis de audiência.
Fica provado com esta trama que nada se cria e tudo se copia. O ponto de partida da novela está claramente inspirado no filme Enquanto Você Dormia. E dentro dos outros núcleos vamos encontrar referências à outras comédias do cinema e do próprio mundo da novela. Uma garota não muito bela vai fantasiar uma paixão por um rapaz metido a galã, no melhor estilo Betty, a Feia. Em outro núcleo, um rapaz vai se disfarçar de mulher para conseguir um emprego, algo já visto em filmes como o célebre Tootsie e, recentemente, na novela colombiana En los Tacones de Eva, que ganhou até uma versão mexicana.
Pena que as produções portuguesas não cheguem aqui. Eles possuem muitas histórias boas de assistir.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

FILMAÇO: Argo

Fui assistir no último fim de semana do ano. Não sabia o que esperar. A trama, pelas resenhas, parecia mirabolante, algo tão cinematográfico, no melhor sentido da palavra, que mal dava para acreditar que era baseado em fatos reais. Uma nomenclatura que trasmite imeditamente um ar de seriedade e credibilidade para qualquer filme.
No fim de 1979, uma multidão de iranianos revoltados invadem o cunsulado americano em Teerã e fazem todos os funcionários reféns. Eles nutrem grande ódio contra os americanos e exigem a extradicão imediata do ex-ditador do país para não matar àqueles que estão sob sua guarda. Seis funcionários do local escaparam e conseguiram refúgio na embaixada canadense. O governo americano sabe que é questão de tempo para que eles sejam descobertos e mortos. Urge que esquematizem plano de resgate.
O agente secreto Tony Mendez (Ben Afleck, também diretor do longa), apresenta uma ação que é fadada ao fracasso e se revela a melhor opção para resgatar os seis americanos escondidos do governo radical iraniano. A ideia é enganá-los sobre a produção de um filme falso para o agente entrar no país como um produtor de cinema de nacionalidade canadense e entregar documentos falsos que permitam que os seis americanos saiam do Irã. Para botar o plano em ação ele vai movimentar a indústria do cinema e a imprensa além de arriscar a própria vida para cumprir a missão
O filme é tenso. Você fica esperando a m**da acontecer desde os primeiros minutos, acompanha o desenrolar de uma situação tensa esperando o momento onde vai estourar a tragédia. Neste ponto o filme tem o mérito de deixar sua expectativa no limite. Não há cinema, não há poltrona, não há tempo real, há apenas o envolvimento total numa história imprevisível, uma conexão que só vai terminar com o subir dos créditos e a apresentação de fotos das pessoas reais que os atores representaram, uma espécie de prova do quão verdadeira foi esta missão. Duas horas muito bem aproveitadas e a sessão vale o valor do ingresso.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

NOVELHA: Barriga de Aluguel

Já que falamos de Salve Jorge e Glória Perez, vamos falar de um grande sucesso do passado dela.
Em Barriga de Aluguel vivemos uma história forte, contundente e atual. Sem aberturas para fantasias outras que não fossem as vidas de personagens bem reais.
É a história de Ana (Cássia Kiss) e Zeca (Vitor Fasano), um casal que sofre por não conseguir ter um filho. A solução encontrada por eles é alugar uma barriga. Aí, entra Clara (Cláudia Abreu) que cede seu útero para a gestação de um bebê do casal. Ela recebe um bom dinheiro para isso. Mas, durante a gestação ela se apega à ideia de ser mãe e quando o bebê nasce, não quer entregar a criança.
Começa uma disputa judicial que vai decidir o futuro da criança e que motivou a audiência a discutir qual das duas mães teria o direito de ficar com o bebê.
Foi uma das mais longas novelas das seis da Globo com mais de 240 capítulos. Foi a novela que promoveu Glória Perez ao horário das oito, onde ela iria estrear dois anos depois com  De Corpo e Alma.
Novelas como esta provam que se há uma boa história para ser contada não há a necessidade de inventar viagens para qualquer canto do mundo. Uma trama de apelo conquista o público quando há sintônia perfeita entre texto, direção e atores. Uma combinação que não tem nada de simples e quando ocorre provoca a magia do sucesso.
Quem assina televisão a cabo teve a chance de acompanhar recentemente uma reprise da trama no canal Viva. Quem não assina fica na saudade, porque sempre que lembramos de novelas antigas fica a impressão de que tudo que era feito no passado parecia ser muito melhor. Será que é isso mesmo ou isso é coisa das almas saudosistas?

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

NÃO É NOVELA: True Blood

É a maior concentração de criaturas bizarras que uma série que imaginava ser apenas sobre vampiros e humanos pode apresentar. A cada temporada novos seres "especiais" se juntam aos personagens que já conhecemos. Não fossem vampiros lutando pelo poder, uma mocinha capaz de ler pensamentos, seu chefe metamorfo com uma família para lá de problemática e lobisomens no pedaço, True Blood teria uma trama açucarada como as novelas mais românticas da televisão. Mas, por conta desta mistura e de um roteiro que te prende, a série é diversão garantida.
O nome True Blood vem de uma bebida para vampiros. True Blood é um sangue sintético que os vampiros bebem para não atacarem mais os humanos. Por conta disso, os vampiros apareceram perante a sociedade e querem direitos como cidadãos. Mas, vampiro que é vampiro não quer saber de sangue sintético, eles preferem o sangue verdadeiro e o humano é seu preferido...
De início é a história da atração de Sookie por Bill. Ela é uma garota estranha porque consegue ouvir o pensamento das pessoas. Ele um forasteiro que chegou na cidade. De cara, ela percebe que está diante de um vampiro porque não consegue ler seus pensamentos. Nasce a atração entre eles e a relação dos dois só vai se estreitar ao longo da primeira temporada através de vários eventos estranhos que passam a ocorrer na pequena cidade de Bon Temps.
Não vou entrar em detalhes para não estragar o prazer de quem ainda não viu a série. Assisti as quatro primeiras temporadas e aguardo para assistir a mais recente. De todas, a segunda temporada é a minha preferida.
É impressionante como a televisão a cabo americana está investindo no gênero seriado e produzindo atrações da melhor qualidade. Para gostar de uma série como True Blood é preciso gostar do realismo fantástico. Quando você acredita no universo de personagens que você está entrando, já é meio caminho andado. E os personagens de True Blood são interessantes com todas suas tramas. Um prato cheio para quem quer diversão com pitadas de violência, sensualidade e sangue.

terça-feira, 1 de janeiro de 2013

IMPRESSÕES: Salve Jorge


Muitos amigos meus já jogaram a toalha para Salve Jorge. Dizem que nada se salva. Eu ainda acho que a novela pode ter salvação, mas vindo depois de uma Avenida Brasil, vai ser difícil marcar época.
A novela tem numa de suas tramas o ponto alto: o tráfico de pessoas. É uma das três atividades criminosas que mais movimentam dinheiro no Brasil. É algo tão aterrorizante de imaginar acontecendo com alguém que conheçamos.
Porque a novela não pegou de cara? Excesso de personagens, muitas tramas paralelas desinteressantes, atores que não se encontraram em seus papéis, etc, etc...
Porque não gosto da Morena? Como ter empatia por uma protagonista barraqueira que quando entra em cena passa a sensação de ser uma pessoa encrenqueira e que arruma confusão por qualquer coisa? Aí reside o problema. Não houve tempo de nos familiarizarmos com os problemas do dia-a-dia da Morena para aceitarmos seus barracos. Não havia humor para cairmos em simpatia através do riso. E é crucial para uma novela funcionar termos uma identificação rápida com os protagonistas. Afinal, eles formam a trama central de uma novela e são a aposta principal quando uma nova saga começa a desenrolar seus primeiros capítulos.
Porque eu gosto da Morena? É uma pessoa com garra, que não tolera injustiças e, agora, luta por sua liberdade sem se render. Ela joga o jogo dos traficantes, mas está de olho para se ver livre deles. A luta pela liberdade é algo que sempre desperta algum sentimento no telespectador. Quem gostaria de ter sua liberdade privada? Nós, cidadãos honestos, não gostamos de pensar nesta ideia. Nem os bandidos encarceirados gostam disso. E é no momento que Morena se vê vítima de uma cruel enganação que começamos a nos render ao personagem. É o momento que toda aquela marra dela faz sentido e o principal motivo de eu seguir a novela se revela.
Esta trama é o que Salve Jorge tem de mais interessante. É um diferencial que a Glória Perez tem para fazer uma novela diferente. Mas, ao colocar uma trama tão forte, atual e contemporânea mesclada em meio às culturas distantes que ela tanto gosta de mostrar correu o risco de jogar tudo isso no lixo. Conhecer a cultura turca é interessante, mas não quando todos os atores nos fazem lembrar de novelas antigas como O Clone e Caminho das Índias. Se tivesse ficado com uma trama urbana sem grandes desvios, a novela poderia ter deslanchado mais rapidamente. Não teria havido comparações com outras novelas, talvez a rejeição dos órfãos da Avenida Brasil fosse menor. Afinal, seriamos jogados desde o início com o foco centralizado na ação que diferenciaria Salve Jorge das outras.
Agora, mesmo com a reação da audiência, a novela pode recuperar sua audiência, entrar no tão falado "trilho" de Ibope. Mas, ao terminar, terá apenas sido mais uma no meio de tantas novelas que já vimos.