segunda-feira, 24 de agosto de 2009

ESTREIA NO CHILE: SOS - CORAZÓN REBELDE

Acho que depois de BETTY, A FEIA, REBELDE é a novela que mais gera regravações pelo mundo. Agora é a vez do Chile. A estreia veio de surpresa. O canal, a UCTV, avisou o público no dia da estreia. Terça passada, os chilenos viram as primeiras emoções da sua versão local de REBELDE. Sob o título SOS - CORAÇÃO REBELDE, a novela não foge em nada do roteiro original. Tudo parece feito de forma a garantir o sucesso da novela. A trama abre a temporada de novelas do segundo semestre e nas próximas semanas vai concorrer com outras duas produções nacionais no mesmo horário.
Os nomes mudaram, a ousadia aumentou e a nudez parece ser o ponto forte para manter a sintonia em alta. A história liderou no horário das oito da noite nos seus quatro primeiros capítulos. Em média, marcou 25 pontos, contra 17 da principal concorrente, a TVN.
Vamos à trama. Temos Pablo, o filho de um importante senador que passa a maior parte do tempo atrás de diversão. vai se envolver num acidente de carro, alcoolizado e vai ser castigado por seu pai. Coté é a mimada filha de um empresário. Cansada de não receber atenção do pai, acaba encenando uma escandalosa dança numa festa do colégio e também será castigada. Martina é a rebelde filha de uma atris de sucesso. Seu estilo provocante vai despertar a ira de seu pai que vai dar o ultimato: ou vai morar com ele no sul frio do Chile ou aceita entrar num colégio interno para jovens da mais reservada elite do país. Fora deste mundo de adolescentes ricos e mimado, Manuel invade os computadores do colégio e ingressa na instituição como um bolsista. Suas intenções dentro da escola vão além da chance de estudar num lugar de prestígio. Ele quer se aproximar de Coté e através dela chegar no homem que supostamente foi o responsável pela ruína de seu pai. Eles vão se conhecer nas férias de verão do colégio, castigo para aqueles que sonham vijar pelo mundo durante as férias e lição obrigatória para os novos alunos se habituarem aos costumes do colégio.
Um primeiro capítulo dinâmico, com momentos interessantes recheados de canções muito conhecidas dos jovens e um casal principal que parece ter boa química. Numa primeira impressão, temos aí uma novela que tem muita chance de se dar bem. Mas para saber seu destino teremos que esperar as investidas da TVN e da Chilevisión. A primeira confia na força dos últimos capítulos de OS FAMOSOS PEELS e deve estrear OS ANJOS DE ESTELA nos primeiros dias de setembro. Já a última vem pra guerra na segunda-feira, dia 24 e estreia SEM ANESTESIA, novela ambientada no meio hospitalar e a primeira produção do canal dirigida por Vicente Sabatini, o homem que comandou por muitos anos o núcleo de novelas da TVN. Este semestre, a famosa guerra das novelas, tradicional no Chile desde os anos 80, promete e muito.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

TEMPO DE MUDANÇAS

Há alguns meses sairam notas na imprensa dizendo que o SBT faria uma contratação que iria mexer com a teledramaturgia brasileira. Meses depois, veio a contratação de Tiago Santiago. Um golpe na Record, mas não creio que seria a grande notícia para mexer com o gênero. Cheguei a pensar que o grande feito seria a contratação de Aguinaldo Silva, que recentemente alfineta muito a Rede Globo.
Mas, os ventos de Aguinaldo aparentemente sopram para outros lados, mais precisamente a Europa. Em Portugal, são fortes os rumores de que Aguinaldo Silva pode assinar contrato com a Plural Entertainment, empresa responsável pelas produções da emissora líder de audiência no país, a TVI.
As especulações dão conta de que Aguinaldo escreveria uma novela em parceria com Rui Vilhena, com título provisório de ORGULHO. E depois desta primeira jornada seguiria em projetos de autoria própria.
Sobre Tiago Santiago, o que sabemos é que sua primeira novela no SBT será um remake de UMA ROSA COM AMOR. A novela é um original de Vicente Sesso e foi novela das 19 horas, na Globo, no início da década de 70. A trama deve estrear nos primeiros meses de 2010. O diretor desejado para o projeto seria Alexandre Avancini, mas ele renovou com a Record por mais seis anos. Muito provavelmente a direção ficará a cargo de Del Rangel, que deu um salto de qualidade visual nas produções do canal com a atual VENDE-SE UM VÉU DE NOIVA.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

ESTREIA: BELA, A FEIA

Nossa feia chegou. Com todo jeitinho brasileiro. Como era de se esperar não podemos deixar as comparações de lado. O humor é a aposta central da novela em todas as versões anteriores. Aqui não foi diferente. Gisele esteve muito bem na sua prova de fogo, não duvido que será uma boa protagonista. A história tem fôlego e tramas interessantes para apresentar ao longo dos seus possívels 300 (!) capítulos. Senti falta do quartel das feias que protagonizou momentos hilariantes em BETTY, A FEIA e A FEIA MAIS BELA. Mas, nossa feia é mais chique, bebe na fonte dos americanos. Não podemos entregar que somos latinos, as referências da novela puxam mais à versão anglo-saxã de UGLY BETTY. De fato, a agência Mais Brasil, onde Bela vai conseguir seu tão sonhado emprego e se apaixonar pelo patrão, Rodrigo, tem um quê de americano e até lembra, de longe, o cenário da versão norte americana da série.
Mas, quem tem de tudo para roubar cena na versão verde-amarela é o núcleo do salão Montezuma. Haroldo, tio de Bela, a irmã dela Elvira e sua amiga-rival Magdalena vão formar o melhor nicho cômico da novela. Caem no pastelão, mas o carisma e talento dos atores são inegáveis. Muito divertidaa briga das duas na primeira aparição delas neste capítulo de estreia.
Muito longa a apresentação da Bela num programa de televisão que narrou sua trajetória como cantora mirim. Poderia ter sido menor, mas acabou ficando um pouco arrastada. A novela é pura comédia, mas se a audiência não responder ao riso, existe uma forte carga dramática que pode ser injetada à qualquer momento na trama. Dinho e Ataulfo roubaram o dinheiro que Bela ganhou na infância. O reencontro deles com Bela pode colocar nossa protagonista em caminhos tortuosos. Ricardo, pai do mocinho Rodrigo, separou mãe e filho há mais de 20 anos. Ele mantém sua esposa, Vera em cativeiro sob uma forte chantagem. Pior, Rodrigo, a qualquer momento pode descobrir que não é filho de seu pai. Olga, a governanta e fiel escudeira de Rodrigo conhece este segredo, e no passado, foi apaixonada pelo pai dele. Difícil entender? Pois é, um rocambole novelesco que pode dar humor ou dramalhão, tudo vai depender dos números de audiência que a novela alcancar.
Tomara que dê comédia. Eu tinha muitas dúvidas sobre a qualidade da novela. Tinha medo de uma comédia produzida pela Record. Eles sempre estiveram tão acostumados aos tiroteios do morro e afins que não dava para saber no que poderia dar uma trama leve e sem apelos violentos. O resultado foi agradável. Talvez não tenha sido perfeito. Mas, nada que leves ajustes não possam corrigir. Um bom programa para ver em família. Pena que faça concorrência direta com CAMINHO DAS ÍNDIAS que está na reta final e é um programa imperdível para noveleiros de plantão.

sexta-feira, 31 de julho de 2009

EU TE DAREI O CÉU...

Grandes pretensões já foram responsáveis por muitos fracassos no mundo das novelas. Em 2002, a Globo anunciou que ESPERANÇA seria a maior super-produção de todos os tempos. Em 2005, o SBT cometeu o mesmo erro ao afirmar que sua versão de OS RICOS TAMBÉM CHORAM era a super-produção baseada num sucesso mundial. Este ano, o autor Tiago Santiago, então na Record, declarou que sua novela PROMESSAS DE AMOR iria conquistar audiência ao apostar no realismo e ir na contramão da "fantasiosa" (na sua opinião) CAMINHO DAS ÍNDIAS.
O fato é, teríamos muitos outros exemplos. Mas, tomemos estes três, por enquanto. ESPERANÇA tinha uma dupla aposta da Globo. Repetir ou ampliar o sucesso de TERRA NOSTRA e ter mais uma produção de época para atender à demanda do mercado internacional. A produção era belíssima, a fotografia primorosa, a bela canção de abertura era encantadora. Até aqui, muitos superlativos, mas ficamos apenas com estes. O público tinha muito fresca na cabeça a lembrança de TERRA NOSTRA. Reynaldo Gianecchini e Priscila Fantin ainda não tinham maturidade artística suficiente para encarar o peso de um papel principal. A história era muito lenta. A novela veio como novidade, mas acabou sendo vista como uma reprise. Foi responsável por um dos mais baixos índices de audiência da década no horário nobre da Globo. Algo só visto anos depois nos primeiros meses de exibição de A FAVORITA (onde o problema foi outro, a concorrência) Vítima de problemas de saúde, Benedito Ruy Barbosa, o autor, foi competentemente substituído por Walcyr Carrasco que ajudou a levantar um pouco os índices, ajudado também pelo interesse que desperta no público o final de uma novela.
No caso do SBT, eles tinham na mão um prato cheio: o direito de regravar OS RICOS TAMBÉM CHORAM, uma das novelas mexicanas mais vendidas e assistidas em todo o mundo. Mas o que se viu por trás de uma caprichada produção foi um total desvirtuamento da obra original. Os diversos núcleos da trama tinham frágeis ligações entre si e em determinado momento eram tantas tramas paralelas que o centro da história era só mais um detalhe no meio da novela. Uma estreia promissora com bom primeiro capítulo se perdeu num roteiro fraco que deu privilégio ao humor para amenizar o que a trama tinha de melhor: o melodrama. Quando resolveram botar ordem na casa, já era tarde demais. Aí, o sofrimento ficou desmedido, muito forçado e o público já tinha esquecido de assistir à novela.
Atualmente, a Record exibe o que pode ser considerado seu primeiro fracasso nesta nova era da teledramaturgia iniciada em 2004 pelo mesmo autor que agora escreve a arrastada PROMESSAS DE AMOR. A novela é a terceira parte de uma saga iniciada em 2007 com CAMINHOS DO CORAÇÃO, que gerou uma seqüência em 2008, OS MUTANTES y chegamos em 2009 com a fatídica PROMESSAS DE AMOR. A proposta inicial era de manter os temas fantásticos na história, mas deixando tudo em segundo plano. A novela seria uma história realista com personagens tão "reais" que seriam capazes de conquistar uma parcela do público adulto que estivesse farto do universo "fantasioso" da novela CAMINHO DAS ÍNDIAS de Glória Perez. O autor chegou a afirmar em entrevistas que sua novela seria capaz de concorrer em pé de igualdade com a mais importante novela da concorrência. Mas com a novela no ar, o resultado foi bem diferente. A história não tinha nada de original. O desenrolar das situações era muito lento e o público não esperou para mudar de canal. Resultado, o tiro acertou o pé. Toda a audiência que a Globo tinha perdido nos últimos meses para as novelas da Record foi recuperada e PROMESSAS DE AMOR teve seu final abreviado. Chegaram a anunciar que esta seria uma novela curta. Mas novelas com menos de 200 capítulos na Record são raridade. O resultado final, na média de audiência, não permite chamar a novela de um fracasso completo, mas, perto das expectativas que foram depositadas na novela, o resultado ficou muito abaixo do esperado.
O sucesso de uma novela não é algo que possa ser anunciado ou garantido com base, simplesmente, na qualidade da produção. O êxito depende de uma série de fatores que vão além do horário de exibição, de um bom roteiro ou de atores carismáticos. Ele pode estar numa ideia despretensiosa que cai nas graças do público, ou pode vir no embalo de uma seqüência de sucessos anteriores de um mesmo canal. O fato é que na maioria das vezes, muita pretensão, faz um tropeço parecer um fracasso, às vezes, muito maior do que realmente é.

quinta-feira, 30 de julho de 2009

A FAVORITA ESTREIA NO CHILE

A novela A FAVORITA, de João Emanoel Carneiro estreou no Chile, na última segunda-feira, às 14h30. Com esta novela a UCTV ou Canal 13 retoma a tradição de exibir novelas brasileiras em sua programação.
Vale mencionar que durante a campanha de estreia da novela, o canal vendeu A FAVORITA como a novela que bateu todos os recordes de audiência na história da nossa televisão. A história é muito boa, mas sabemos que isto não é verdade.

quarta-feira, 29 de julho de 2009

REMAKE OR NOT REMAKE

Estão faltando autores no mercado? As boas ideias estão cada vez mais escassas? Trocar estas indagações por afirmações pode ser a resposta mais recorrente à onda mundial de remakes. Nunca em toda história da televisão houve tanta disputa para compra de roteiros originais para serem produzidos em outros países, outros idiomas. Algumas vezes, adaptações fiéis que não fogem uma linha da história original, outras vezes com uma liberdade tão grande que a história adaptada acaba se tranformando numa trama praticamente nova.
No Brasil, a Globo utiliza este recurso de tempos em tempos, sempre com a intenção de se calçar na garantia de uma trama de sucesso para levantar o sempre periclitante horário das seis da tarde. Alguns conseguiram ser tão bons quanto seus originais como MULHERES DE AREIA. Outros tiveram relativo sucesso como SINHÁ MOÇA; e fracassos também foram produzidos como nas duas adaptações de obras de Janete Clair: IRMÃOS CORAGEM e PECADO CAPITAL. O SBT usou deste artifício para manter uma linha de produção nacional ao longo da última década. Firmou contrato com a Televisa no final dos anos 90 e o manteve por quase oito anos. Neste período fez adaptações fiéis aos seus originais: Pícara Sonhadora, Pequena Travessa, Esmeralda, Canavial de Paixões; algumas histórias seguiram uma linha original, mas tiveram mais liberdade em seu desenvolvimento: Seus Olhos, Os Ricos Também Choram e Cristal. Esta última fugiu tanto da trama original que depois de 60 capítulos exibidos veio a ordem de botar a trama nos eixos e seguir fielmente o texto do roteiro de Delia Fiallo. Com isto, alguns personagens sumiram e algumas histórias ficaram meio sem sentido. Hoje, a emissora joga suas fichas num pacote de radionovelas antigas de Janete Clair cujos direitos a emissora comprou da família da autora. VENDE-SE UM VÉU DE NOIVA é a primeira adaptação de uma destas radionovelas. Produção de boa qualidade visual, alguns bons atores e um texto irregular com trama, algumas vezes, muito arrastada. Vem sendo exibida com audiência abaixo das expectativas. Agora, a Record entra na onda dos remakes e vem calçada numa trama de sucesso mundial: BELA, A FEIA. A novela é remake de BETTY, A FEIA, já exibida no Brasil. E teve os direitos comprados da Televisa, que produziu a também exibida aqui A FEIA MAIS BELA. A emissora aposta no sucesso da história e com a estreia da novela dara o pontapé inicial de uma parceria com a maior rede de televisão mexicana. Os resultados vamos conhecer a partir da próxima semana quando a novela entrar no ar.
No México, tramas originais estão cada vez mais escassas. A Televisa vem dando privilégio a roteiros comprados de outros países e já chegou a manter puros remakes em todos os seus horários de novelas. A TV Azteca também recorre a este artifício e mescla tramas originais e regravações em sua programação na dura concorrência para roubar preciosos pontos de audiência da rival. Nos Estados Unidos, a rede latina Telemundo começou a bancar a produção de novelas, tem como principal parceira a rede colombiana Caracol, mas eles também apostam es histórias prontas, muitas vezes regravações de novelas colombianas dos anos 90.
Certamente o problema não se deve à falta de autores ou de boas ideias. O que acontece é que a disputa por audiência está cada vez mais acirrada e o preço de uma aposta errada pode ser fatal nesta guerra de emissoras pelo público. Muitas vezes é melhor dar o chamado tiro certo e apostar numa produção com histórico de sucesso reconhecido do que navegar em águas turbulentas sem saber que caminho seguir. Mas uma coisa é certa. Apostar num remake nem sempre é garantia de sucesso porque o que faz uma novela acontecer é o casamento perfeito entre texto, direção e atores. Coisa que pode acontecer no país de origem, mas nem sempre se repete nos outros locais onde as tramas são regravadas.

ESTREIA NO MÉXICO: CAMALEONES


Estreou nesta segunda (27 de julho), a nova novela juvenil da Televisa, CAMALEONES. Entre seus principais atrativos está o retorno de Belinda após um intervalo de quase cinco anos afastada da televisão. CAMALEONES conta a história de Valentina e Sebastián, dois jovens que por trás de uma chantagem se veem obrigados a cometer roubos e deixar uma pista para a polícia, a imagem de um camaleão. Depois de quase serem pegos, recebem de seu "amo" a missão de se infiltrarem no renomado colégio San Bartolomé. Lá, Sebastián será o professor de arte e Valentina, será inspetora de alunos. Eles não se suportam, mas terão que fingir que são irmãos e competentes para cumprir aquilo que foram contratados para fazer.
Muita ação, correria e todo um capítulo destinado a apresentar os protagonistas. A história convence, uma perseguição de moto é o ponto alto de ação, mas as cenas de luta não convencem. Belinda e Alfonso Herrera não estão bem o tempo todo, mas são devidamente apresentados como ladrões bonzinhos, só estão roubando porque são obrigados. Afinal, heróis de novelas precisam mostrar sua nobreza. Mas onde vai parar essa nobreza quando os dois apontam armas para um padre?
Edith González regressa à tv sem dar tempo de descansar sua imagem. Não faz nem três meses que protagonizou DOÑA BARBARA para a rede latino-americana Telemundo. Ela troca o papel de mulher de temperamento forte e caprichosa pelo de uma diretora de escola de moral e princípios muito rígidos. Ela divide o comando do colégio com seu ex-marido, o policial Augusto Ponce de León. Por trás da postura severa se esconde um homem de passado obscuro. Nem ele, nem Valentina e Sebastián desconfiam que seus destinos estão entrelaçados, pois o objetivo do "amo" é conseguir a destruição de Augusto e vai utilizar seus camaleões para atingir seu alvo.
Uma história cheia de momentos interessantes, aposta da Televisa em roteiros originais depois de uma temporada onde encheu a tela de remakes de novelas de outros países. CAMALEONES leva as novelas juvenis de volta para o ambiente escolar e a apresentação dos alunos lembra um pouco o estilo de REBELDE. Talvez esta associação garanta um fôlego inicial à novela já que nenhuma novela juvenil foi tão bem sucedida depois que a saga de Mía, Miguel, Roberta e Diego chegou ao fim. Segundo comentários a audiência foi bem. Vamos ver como seguirá a história nos próximos capítulos.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

O PESO DOS COADJUVANTES


Quem assiste a CAMINHO DAS ÍNDIAS todas as noites deve se divertir com a Norminha, de Dira Paes; se deliciar com a interpretação de Laura Cardoso e sua carrancuda Laksmi; deve também se impressionar com a capacidade de Tony Ramos parecer uma pessoa completamente diferente a cada trabalho que faz na televisão.
Com estes três exemplos, entre muitos outros que poderiam ser mencionados fica evidente a importância de bons personagens secundários dentro de uma novela. Já não é de hoje que eles assumem a responsabilidade de levantar uma história quando o eixo central não vai bem das pernas. E em CAMINHO DAS ÍNDIAS foi justamente o que aconteceu.
A audiência vai bem. Os comentários de quem gosta são os melhores. Glória Perez criou um universo fantasioso de personagens amarrados no melhor estilo novelão. Mas quem acompanha a novela desde o início sabe que o pilar central que origina esta saga não teve forças para seguir adiante e foi modificado.
Nas previsões iniciais o romance de Maya e Bahuan seria antagonizado pelo casamento de Maya com Raj. Mas a popularidade de Raj, a aceitação do público pela relação que ele construiu com sua esposa fez com que Bahuan fosse rebaixado de protagonista a mero coadjuvante. Ele se afastou de sua amada e a cada capítulo a chance de ganhar um final feliz a seu lado é menor.
Qual seria o erro nesta novela? O fato de Bahuan ter deixado Maya na rua da amargura quando ela fugiu de casa para ir embora com ele. Neste dia, ele alegou que deveria criar condições de dar uma vida boa para ela antes de levá-la com ele. Maya teve que voltar derrotada para casa, conseguir o perdão de sua mãe e partir para o indesejado casamento com Raj estando grávida de Bahuan. Talvez, o fato de Raj, mesmo como antagonista não ser um homem mau, não maltratar Maya, estar disposto a construir o amor com a convivência. O público rejeitou o ato de Bauan e viu que Raj era o cara certo para conquistar Maya. No último capítulo, será bem provável vermos Maya chegar no final feliz ao lado de Raj e Bahuan que até tentou ser um vilãozinho deverá encontrar sua felicidade nos braços de outra mulher, Shivani.
Não é de hoje que as apostas principais das novelas das oito da Globo acabam virando histórias secundárias. Em MULHERES APAIXONADAS, a Helena de Christiane Torloni virou coadjuvante numa história onde as raquetadas que Dan Stulbach dava em Helena Ranaldi ganhavam a atenção do público. Em PARAÍSO TROPICAL os relacionamentos de Glória Pires e Tony Ramos e Camila Pitanga e Wagner Moura ofuscaram durante muitos capítulos a história central de Alessandra Negrini, em papel duplo e Fábio Assunção. Em DUAS CARAS a frágil Marjorie Estiano viu seu protagonismo ser ofuscado pelos mandos e desmandos do miliano Juvenal antena de Antônio Fagundes.
Diante disto, só temos que torcer para que as novelas apresentem grandes personagens secundários em suas tramas porque eles, quase sempre, tem muito mais a dizer do que os protagonistas das novelas que seguimos todas as noites. Eles nos fazem rir, nos emocionam e nos motivam a voltar todas as noites ao mesmo canal para dar uma espiada em seus próximos passos.

SBT PODE FAZER REMAKE DE NOVELA DA GLOBO


Deu na Folha de hoje!
Entre uma trama original e adaptações, o primeiro trabalho de Tiago Santiago para o canal de Silvio Santos poderá ser a adaptação de Noiva das Trevas, de Janete Clair. Vale lembrar que esta trama foi a base para a Globo produzir a novela DIREITO DE AMAR, em 1987, protagonizada por Glória Pires, Lauro Corona e Carlos Vereza.
As outras duas possíveis adaptações seriam baseadas em originais de Vicente Sesso: Minha Doce Namorada e Uma Rosa com Amor, ambas produzidas pela Globo no início dos anos 70.

domingo, 26 de julho de 2009

BOAS VINDAS

Novela é questão de gosto. Uns odeiam, outros amam, mas os que amam não perdem um só capítulo de sua novela favorita. Entre os que amam existem os que seguem determinados estilos de novela. Alguns gostam de tramas de época, outros preferem as realistas, a fantasia de algumas histórias servem como escape do público para a dura vida que levamos todos os dias nas ruas.
Qual seu estilo favorito?
Eu gosto de quase todos os estilos. Sou um noveleiro convicto. Quando comento que gosto de uma novela da Globo, ouço um comentário de que ver novela é perda de tempo. Quando comento que gosto de novelas mexicanas, já cheguei a ouvir que meu perfil não combina com esse tipo de novela.
Qual o problema de gostarmos de uma novela estrangeira? Nenhum. O que está em jogo é a chance de ver uma boa história, contada de um jeito que nem sempre é parecido ao que estamos acostumados pelo hábito de termos crescido vendo as novelas da Globo.
Não digo que o que a Globo faz é ruim. Para mim, ela é uma das melhores no que faz. Mas, ao longo desta década, o avanço técnico fez com que a concorrência no mercado interno e externo aumentasse e muito. Hoje, a Record já faz barulho com algumas de suas produções e já causou preocupação à líder de audiência. Em Portugal, as tramas da Globo já não causam mais furor como antigamente. A TVI, investiu em produções nacionais, aprimorou a qualidade de suas novelas e possui, atualmente, três horários de novelas com sólida liderança. Para se ter uma ideia, numa das últimas estreias da TVI, a emissora passou dos 50% de share, na audiência, deixando a novela mais importante da Globo, em exibição por lá, com modestos 11%.
O público gosta mais do que é feito em seu país. Há uma tendência natural por preferirmos aquilo que é feito em casa. Novela é como comida, a feita por aqui, tem o nosso tempero, o nosso sabor. E isso é fundamental para o sucesso.
Mas, se você está mais aberto a experimentar, vale a pena dar uma corrida pelo Youtube e dar uma olhada nas coisas boas que estão sendo feitas por aí. Ao longo dos próximos dias, vamos comentar sobre os mais variados tipos de novelas que estão despontando no Brasil e pelo mundo afora. Se você é noveleiro como eu, seja bem vindo ao nosso blog.